quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Professor todo tempo que houver nessa vida

15 de outubro.

Dia do professor.

Do mestre incumbido pela transmissão e geração de conhecimento.

Antes, era só Professor.

Hoje, dependendo da preferência conceitual, uns chamam de Educador; outros, Profissional da Educação; uns tantos, apenas Professor.

Não importa.

Importante mesmo é a reflexão sobre o "eu" educador diante de toda distonia educacional existente na busca do enfoque sobre a profissionalização docente.

Tenho maior orgulho de ser Professor, já disse isso aqui num post tratando do prazer pessoal de exercer a profissão.

Apesar de muita gente afirmar não vivermos mais numa época em que o ato de lecionar era mais prazeroso do que o retorno financeiro, em que a afetividade era a mola propulsora do elo na relação professor-aluno, discordo disso.

Sempre houve problemas na prática do aprendizado efetivo por parte de todos - mesmo porque o sistema educacional já nasceu com as suas deficiências, imposições e restrições da sociedade -, bem como quase todo Educador, nos tempos atuais, se dedica à profissão da mesma forma que praticavam gerações anteriores.

Tenho colegas professores, bem mais antigos do que eu, defensores da tese de que antigamente ser professor era uma escolha que tinha charme e prestígio na sociedade, e que atualmente é perceptível a falta de interesse pela profissão de educador.

Tento entender se realmente há essa dicotomia ou se a definição não parte de profissionais saudosos dos tempos em que a concorrência selvagem ainda não batia a porta da civilização.

Pode ser.

Ouvi certa vez nosso “educador brasileiro cidadão do mundo” Paulo Freire, numa inédita entrevista na televisão pouco antes de morrer, dizendo que a globalização tecnológica se tornara fato marcante na sociedade, apresentando novos contextos históricos e culturais, e que viria desafiar todos para o enfrentamento de outra realidade escolar.

No contexto da globalização, explicou Paulo Freire, estava inclusa a classe docente, principalmente como instrumento de tal mudança, sendo um facilitador veicular da tecnologia.


Recordo das palavras dele: - “Agora o professor deve conhecer e se preparar para o uso e o repasse dessa tecnologia, sem esquecer o lado humanitário que é o grande enfoque do educador”.

Passa por aí toda a discussão.

Na minha simples opinião de pessoa que tem o maior respeito e gratidão à profissão, a escolha de ser professor é mais do que uma profissão. É uma aceitação ao longo da vida, muitas vezes passando pelas dificuldades do aprender, no qual o educador deseja transmitir e "devolver" aquilo que lhe foi apresentado, todas as maravilhas do saber ler, escrever, interpretar e construir os saberes sociais, políticos e educacionais.

Na sala de aula, tornamos visíveis nossos valores, atitudes, ideias, emoções.

Os alunos e colegas percebem como somos, como reagimos diante das diferenças de opiniões, dos conflitos de valores.

Podemos afirmar ainda que se gostamos de aprender, facilitamos o desejo de que os outros aprendam.

O maior desejo de Paulo Freire era reunir pessoas e instituições do mundo todo que, movidas pela mesma utopia de uma educação como prática da liberdade pudessem refletir, trocar experiências, desenvolver práticas pedagógicas nas diferentes áreas do conhecimento que contribuíssem para a construção de um mundo com mais justiça social e solidariedade.

No Dia do Professor, sonhos e utopias de nosso maior educador bem que poderiam ser refletidos na alma e no coração de todos nós que fazemos parte dessa engrenagem complexa e extraordinária que se chama Educação.

O meu abraço fraterno, carinhoso e amigo em todos os professores de Parauapebas.

4 comentários:

Anônimo disse...

Darci, sou professora da rede estadual. Agradeço muito a sua mensagem, como sempre, sábia e coberta de verdades. Que Deus ilumine a ti a e todos sus secretários. Abençõe também sua família. Maria do Carmo Ribeiro

Darci Lermen disse...

Maria do Carmo, minha querida, muito obrigado. A mensagem tenta apenas homenagear essa nossa profissão que às vezes é poucdo reconhecida. Volte sempre. Abraços.

Anônimo disse...

Prefeito o tipo de assuntos que voce aborda aqui no seu blog são de interesses gerais. Moro em Belém e passei a conhecer o Pauta Cidadã através de um amigo que trabalha na secretaria de Educação do Estado quem me esimulou a conhecer seu blog. Ao ler sua preocuça~~ao com o setor Educaional e Meio Ambiente me encho de esperança ao constatar que algumas autoridades de nosso Estado ainda se preocupam com essses temas. Parabens e saiba que todo dia venho aqui ler o que escrevres. É a primeira vcez que leio um prefeito escrevendo blog de alto nivel. Parabens mesmo.

Altamira Barbalho Rosado
Belém-Pará

Anônimo disse...

Parabéns prefeito, que Deus continue iluminando os vossos pensamentos, pois todos aqui em Parauapebas precisamos disso. Nós professores desta tão maravilhosa cidade precisamos mais e mais de vosso apoio, afinal de contas nossa sociedade precisa a cada dia mais de profissionais preparados para o exercício da cidadania. Agora ilumine também o vosso secretário para que possamos continuar sendo professores, pois as tentações são muitas, inclusive das empleiteiras da vale.

 
Pauta Cidadã - Assessoria Blog