segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Sobrecarga energética

Acabo de ler a última edição do JORNAL PESSOAL , escrito há mais de 22 anos pelo Lúcio Flávio Pinto, onde o jornalista aborda a presença do Grupo Rede como dono do controle acionário da Celpa.

O artigo leva o título de “Mina Paraense”, cujo teor reproduzo na íntegra:


Mina Paraense
A Celpa foi uma autêntica mina para o grupo Rede, que assumiu o controle acionário da empresa estatal paraense em 1998, pagando 400 milhões de reais ao governo Almir Gabriel. Até novembro de 2005 a Celpa transferiu parte do seu lucro para as demais empresas do grupo, conforme admitiu a presidente da Celpa, Carmen Campos Pereira, em entrevista ao Diário do Pará. Ela garantiu que, a partir dessa data, a Celpa não fez mais “qualquer transferência de recursos via mútuo” e que boa parte desses recursos “ já foram pagos pelas empresas integrantes de seu grupo econômico”. Só não forneceu qualquer número a respeito, impossibilitando uma análise mais profunda sobre o balanço da Celpa no Estado9.

Mas não uma constatação: que, além de exportar energia bruta para fora de seu território (é o terceiro Estado brasileiro mais sangrado em energia), o Pará vê a renda da exploração interna ir adubar a atividade de empresas situadas em outros Estados. Proporciona tal rentabilidade pagando o maior imposto sobre o consumo de energia do país, numa alíquota de 25%, estabelecida pelo mesmo governo que alienou a estatal. A intenção era recuperar um pouco as finanças do poder público, abaladas pela política federal, também comandada pelos tucanos. Eles inventaram ardis como a Lei Kandir, que continua a provocar hemorragia tributária no Pará. Quanto aos cidadãos, esmagados pela mesma alíquota opressiva sobre serviços essenciais, eles que se virem, se puderem. Ou explodam.



Enquanto a Celpa alimenta com recursos do Pará empresas do grupo Rede localizadas em outros Estados, a população de Parauapebas sofre, quase que diariamente, a falta de energia elétrica, como ocorreu neste domingo, 4, quando a cidade ficou por quase oito horas sem usufruir dos serviços da concessionária. E o que mais revolta a comunidade é a Celpa não oferecer pelo menos um serviço de atendimento ao público para explicar os cortes prolongados de energia.

Desrespeita e tripudia da comunidade.

Está na hora dessa empresa ser colocada nos eixos.

Vamos agendar audiências com autoridades do governo federal para mostrar os prejuízos que a Celpa está causando ao povo paraense, principalmente a Parauapebas, cujo setor produtivo (industrial, comercial e de serviços) não pode se ampliar e nem tocar projetos de modernização, e a comunidade sofrendo diariamente diante da irregularidade no fornecimento de energia.

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Pauta Cidadã - Assessoria Blog