A segmentação do Distrito Industrial de Parauapebas direcionado ao setor de serviços é o conceito que devemos seguir para torná-lo competitivo e num centro de atração das grandes empresas terceirizadas pela Vale e por outras mineradoras com negócios no Sul do Pará, entre elas a Buritirama, que explora manganês aqui pertinho da sede do município, mais precisamente no território de Marabá.
Criou-se muita polêmica quando o governo do Estado conseguiu, com apoio do presidente Lula, fechar com a Vale a construção de uma siderúrgica em Marabá, mesmo contra a vontade, segundo alguns veículos de comunicação publicaram, dos principais membros da diretoria da mineradora, que nunca defenderam a interiorização da verticalização do aço brasileiro, preferindo sempre mantê-lo no eixo Rio-São Paulo-Minas e Espírito Santo.
Aqui mesmo em Parauapebas, alguns desinformados chegaram a insinuar omissão de minha parte na “luta” que se travava com Marabá pela escolha do local de instalação da Alpa, como ficou denominada a siderúrgica. Nunca imaginavam que o próprio vizinho município estava a um passo de ficar sem a futura empresa no embate que havia nos bastidores, já que a Vale preferiria o investimento no porto de Barcarena.
Marabá só conseguiu abrigar a Alpa depois de compromissos assumidos pelos governos Federal e Estadual de que viabilizarão as eclusas de Tucuruí, e a hidrovia do Tocantins, via de exportação mais barato para tornar a ALPA (Aços Laminados do Pará) competitiva na quebra de braço com os principais concorrentes do acirrado mercado de placas de aço, bobinas e chapas.
Quem imagina o Distrito Industrial de Parauapebas com perfil desenhado para acomodar a verticalização de minérios esquece que a única via de escoamento disponível para o transporte de produtos de exportação é a Estrada de Ferro Carajás, cuja proprietária é a Vale com sua política monopolista de aumentar quando bem entende o preço do frete de seus clientes. Qualquer dúvida quanto a isso, basta conversar com os proprietários de usinas de ferro gusa de Marabá, cujo distrito industrial só terá futuro, a partir do momento em que hidrovia, eclusas e o porto público que os governo de Lula e Ana Júlia otimizam, estiverem em operação.
A Vale, ao invés de posicionar-se como estimuladora dos grandes investidores do setor, os trata como potenciais concorrentes, administrando preços do minério e de transporte a critérios bastante discutíveis.
Nenhum investidor desse país se mostraria disposto a aplicar recursos, em nosso Distrito Industrial, na verticalização de algum projeto minerário dependendo da logística ferroviária como principal, e único meio de transporte de sua produção.
As potencialidades das diversas atividades paralelas exercidas pelas terceirizadas de mineradoras, sediadas em nosso entorno, estão abertas para que o Distrito Industrial de Parauapebas seja constituído por aglomerações de grandes, pequenas e médias empresas inter-relacionadas em microrregiões geográficas, recuperando componentes, produzindo serviços na manutenção de peneiras de britadores, e centenas de outros agregados.
As múltiplas atividades do setor de serviços são infindáveis, e para quase toda grande empresa, cumprindo duradouros contratos de terceirização, o custo/benefício é bem mais interessante se elas produzirem tudo o que necessitam aqui mesmo na região, por serem beneficiadas pela proximidade geográfica entre as firmas, bem como pelo seu elevado grau de inter-relacionamento, o que lhes asseguram um clima propício à produção em larga escala, não só reduzindo custos de transporte e de outras transações, mas também proporcionando e agilizando a comunicação entre seus diversos interesses.
Portanto, esse o perfil que devemos perseguir para o nosso Distrito Industrial, expandindo sua infra-estrutura, mão de obra treinada, adquirindo informações tecnológicas, e gerando emprego seguro.
Consolidados em várias cidades de São Paulo, Rio, Minas, Rio Grande do Sul e Paraná – os distritos industriais voltados ao segmento de serviços são modelos que não se baseiam apenas num sistema produtivo de pequenas e médias empresas, mas também numa singular combinação entre governos, integração social e de êxito empresarial.
Sem falar que é um tipo de planta de distrito industrial perfeitamente autossustentável, já que o meio ambiente não é atingido pelas suas intervenções. Ao lado da Flona Carajás, nenhuma empresa disposta a investir no município terá dificuldade em obter licenças ambientais para desenvolver suas atividades.
É a partir daí que surge o elemento inovador, enriquecedor do sucesso obtido pela região que investiu nessa plataforma de indução industrial.
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