quarta-feira, 15 de julho de 2009

Produção do conhecimento

Recentemente, falando sobre a criação da Universidade do Sul do Pará, o ex-Reitor da UFPA, Alex Fiúza, registrou uma frase que espelha em profundidade a visão necessária que devemos ter sobre o nosso futuro. Disse o competente acadêmico:

- Precisamos lutar pela produção do conhecimento. Esse é o principal papel da Universidade. O asfalto, a praça, a PA-150, a barragem, a riqueza mineral só serão úteis se houver conhecimento para utilizá-los. É necessário promover um choque de educação na região. A floresta em pé vale mais, pode servir de estudo para a cura de doenças. O que faz o desmatamento crescer é a falta de conhecimento.


O digníssimo então Reitor da UFPA foi no cerne da questão. Não poderia ter sido mais perfeito em sua análise.

Em minhas reuniões com secretários municipais costumo abordar essa questão quando tratamos do futuro da região. A informação e o conhecimento constituem ingredientes estratégicos para o desenvolvimento de qualquer sociedade, em qualquer tempo.

Só com a proliferação democratizada do conhecimento teremos condições de garantir direitos básicos de cidadania, qualidade de vida da população, ambiente de negócios com igualdade de oportunidades e de um desenvolvimento regional sustentado, num contexto de demandas sociais amplas e complexas, exigindo não apenas o aumento da efetividade das políticas públicas e a melhoria da gestão nos três níveis de governo, mas principalmente a melhoria dos processos de articulação e cooperação entre eles, estabelecendo iniciativas coordenadas e sinérgicas.

Como professor que sempre fui (e voltarei a exercer com maior orgulho minha função de magistério, quando sair da vida pública), não tenho dúvidas de que a humanização do conhecimento é conceito a ser pautado por todas as entidades na luta por um ensino público gratuito e de qualidade.

Transformar a sociedade, somente com a humanização do conhecimento. Precisamos enxergar a universidade como o único pólo de produção de conhecimento capaz de resolver os problemas sociais.

Quando falo de humanização do conhecimento, remeto o conceito imediatamente à necessidade premente de sermos capazes de formar humanistas dedicados ao desenvolvimento de projetos e disponibilizados para a contribuição profissional de um mundo melhor.

Ou seja, fomentar esforços gerais para a construção de pessoas capazes de ajudar à formação de uma sociedade igual e justa, onde todos possam, de fato, ser incluídos. E que tenham participação no processo de desenvolvimento social.

Nos últimos oito anos, há tentativas de esforços para que nossas universidades sejam mais democratizadas e com perfil voltado à humanização, mas não podemos negar a continuidade de um modelo de ensino preocupado com a lógica de mercado, e que essa rota precisa ser alterada.

É inadmissível nossas academias continuarem formando indivíduos que reproduzam a lógica consumista, numa feroz disputa de espaço sem se preocupar na forma como o mundo pode criar uma dinâmica de sustentabilidade e mudança de valores.

É com essa visão de mudança do perfil da Universidade Brasileira que estimulo meus colegas prefeitos municipais, sem nenhum cunho de coloração partidária, a se engajarem nesse desafio de mudanças, sempre com os olhos mirando a construção de parques de conhecimento. Todos a favor de um modelo em que seja fundamental fortalecer o debate da extensão popular e da assistência estudantil.

Ou seja: extensão universitária de viés popular como centro de transformação da universidade brasileira.

Ademais, a permanência dos estudantes na universidade é outro objetivo a seguir, para que eles tenham possibilidades de produzir extensão e pesquisa, no fortalecimento da produção de conhecimento e tecnologia.

2 comentários:

OLINTO disse...

Concodo contigo. Desde há muito tempo que o conhecimento é considerado a verdadeira riqueza. Até as civilizações perdidas mostram isso; é que a luta desmedida pela sobrevivência coloca o lucro imediato em primeiro plano. Sabemos que não é assim que funciona. Bom tema para um debate profundo. Abraços e bem vindo!

rogerio almeida disse...

O cohecimento é fundamental
Ele deve preceder as intervenções, ajudar na definição do melhor caminhos a seguir....

Mas, o conhecimento, como outras dimensões da vida política, econõmica e social não é imune aos critéiros de interesse de classe

Há um substancial conhecimento sobre a Amazônia, mas, há quem ele tem servido....os principais centros de produção são financiados por quem? A quem servem?

O extrativismo continua a ser base da economia da região, em particular o sudeste do Pará, e quantas vozes questionam isso?

Qual o (s) desenvolvimento(s) mais adequados? E quando o minpérios dos carajás findar? Seremos a nova Serra do Navio? Rogério Almeida

 
Pauta Cidadã - Assessoria Blog