quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Novos municípios à vista

Uma comissão de deputados federais, estaduais, prefeitos, vereadores e representantes do movimento social da região amazônica esteve percorrendo corredores do Congresso Nacional e, após contatos com a presidência da Câmara dos Deputados, recebeu a garantia de formação de uma comissão especial de parlamentares para discutir e formatar critérios que facilitem a criação de novos municípios.

Leia mais aqui.

Universidades à porta

Somente agora sobrou tempo em minha agenda pesada desta quarta-feira, para dedicarmos alguns minutos ao blog.

E uma boa notícia me faz vir aqui para divulgá-la com satisfação: a aprovação, no final do dia, pelo Congresso Nacional, do projeto que cria a Universidade do Oeste do Pará (UFOPA).

Mas ainda falta a matéria receber o aprovo da Comissão de Educação e Cultura (CE).

Em todo o caso, a UFOPA ainda este ano será implantada em Santarém.

Ficamos agora no aguardo da tramitação do projeto de criação da Universidade Federal do Sul do Pará, instituição que possibilitará aos 38 municípios da região oferecerem aos seus jovens uma estrutura de ensino superior à altura dos sonhos e anseios de cada um.

Eu sou um entusiasta e abnegado militante dessa causa de criação da UFSP.

A ampliação do conhecimento só será possível, em sua plenitude, quando a instituição federal for definitivamente implantada.

Curta Carajás

De 10 a 14 de Novembro, Parauapebas será a capital do cinema brasileiro.

Tudo pronto para a realização do Curta Carajás - I Festival de Cinema de Parauapebas, com Mostra Competitiva, Mostra Labirinto, Oficinas, Palestras e Shows.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Lutas pela plenitude democrática

Dois leitores comentaram o post Exorcizando a Maldade por ângulos diferentes, merecendo de minha ótica a preocupação em respondê-los à altura do tema posto em debate.



Maria do Carmo Valentino se manifestou assim:

Darci, tenho uma filha de 17 anos que nunca ouviu falar em detalhes de como foi mesmo a ditadura na vida dos jovens, nem bem sabe as razões da Guerrilha do Araguaia. Como sempre fui uma pessoa que viveu à margem dos assuntos políticos acho que nossos filhos e demais jovens deveriam ter mais interesse em conhecer o passado, nossa História, para poderem ajudar, quem sabe um dia formados, a construir um Brasil melhor do que o que estamos vivendo -apesar de reconhecer muitos avanços conquistados nos últimos dez anos, principalmente a partir do Governo Lula.
Achei interessante você escrever sobre essa busca aos corpos desaparecidos na Guerrilha do Araguaia. Fiz questão de chamar minha filha para fazer uma leitura no que você escreveu. Gostaria que sempre pudesse, nos brindasse com temas dessa natureza. Parabéns, estou virando leitora assídua de seu blog. Os políticos deveriam fazer isso, vir a público escrever coisas interessantes, debater em alto nível. Mais uma vez, parabéns.

Maria do Carmo Velentino
Parauapebas- Pará


Ernesto Silva Leite, com forte dose de ironia, contestou a comentarista e o poster:

Maria Valentino, realmente é importante relembrar fatos históricos, como bem dizes em teu comentário, elogiando o post do Darci sobre a busca dos corpos dos desaparecidos. Mas acho que nessa questão da busca de quem foi enterrado numa guerra declarada, o prefeito deveria ter citado também que o país fez as pazes com o passado, enterrando seus fantasmas, a partir do momento em que houve uma Lei da Anistia, inclusive, comemorada em 2009, a passagem de 30 anos de sua promulgação. A Lei de Anistia permitiu ao Brasil o retorno às suas tradições históricas. Em todas as situações de exceção, no final do ciclo houve uma anistia. Isso foi oportuno porque permitiu o reencontro dos brasileiros com o Brasil. Desenterrar essas coisas que já não dizem nada ao nosso futuro, é querer fazer demagogia com o passado.

Ernesto Silva Leite



Opinião do blog:
É preciso conhecer o passado para, no presente, jamais ceder à tentação de repeti-lo no futuro. Se hoje, o Brasil goza de relativa democracia, é graças a uma geração de jovens que deu a vida para enfrentar a ditadura e, movida à utopia, lutou heroicamente pelo fim da opressão e da injustiça patrocinadas pelos militares, a partir de 1964.

Isso precisa ficar bem claro, definitivamente.

É importante relembrar, rememorar, mas não comemorar a Lei da Anistia.

É preciso, sim, remeter os jovens ao passado, voltar àquele período porque envolve a violência do Estado, num momento da história em que ocorreram violações em massa de direitos humanos.

É preciso esclarecer, também definitivamente, que a Lei da Anistia não foi colocada nesses termos pela ditadura. Portanto, lembrar da anistia é lembrar, do terror do Estado, das torturas, desaparecimentos e assassinatos políticos.

Quando eu valorizo a questão do esforço que o governo Lula vem fazendo para tentar encontrar os corpos dos desaparecidos da Guerrilha do Araguaia é porque o legado das violações em massa não foi resolvido de maneira satisfatória pelos governos democráticos que sucederam o período ditatorial.

O fundamental para a juventude é entender que, sem o esforço daqueles que sofreram ou tombaram pelo retorno da democracia, hoje não poderíamos viver a plenitude de nossas liberdades.

A Anistia foi a maneira que os militares encontraram para deixar o poder preservando a sua imunidade em relação aos crimes do passado. E isso, assim como existe o Sol e a Lua, é preciso também que fique bem claro.

Eixos de desenvolvimento integrado

Inexistiu, no espaço midiático, debate em torno da federalização de grande parte da rodovia PA-150 e seus desdobramentos contidos no conjunto de intervenções que possam advir, daquela decisão, para a expansão de investimentos nas rodovias paraenses.

Quem me alertou sobre isso foi o secretário de Fazenda do município de Parauapebas, Milton Zimmer Schneider, ao esmiuçar, num bate-papo, o pensamento dele a respeito da urgência que precisamos ter para compreender o processo de ocupação do espaço regional e a sua importância para o desenvolvimento de todos os 38 municípios do Sul/Sudeste do Pará.

A partir do momento em que o governo federal sancionou a lei repassando do Estado para a União a responsabilidade pela rodovia PA-150, no trecho que sai de Marabá até Redenção, o Tesouro do Pará descomprimiu obrigações que podem, a partir de 1º de janeiro de 2010, quando passa a vigorar a federalização, consequentemente, ser direcionadas às áreas de transporte, reprimidas ao longo dos anos por falta de investimentos.

É a partir desse marco (e desvinculação da obrigatoriedade de reservar volumosos recursos anuais para a conservação da PA-150) que o governo do Pará pode avançar mais na ampliação do desenvolvimento de políticas territoriais do Estado, pavimentando estradas antigas e viabilizando novos projetos de integração que exigem extraordinário conjunto de investimentos públicos e privados em infraestrutura.

Mas para se compreender esses novos horizontes de políticas territoriais colocados à proa como desafio, explica Milton Schneider, é imprescindível levar em conta a estruturação e estabilidade político-econômica das diversas localidades do entorno, assim como a formulação de projetos com objetivos e interesses comuns no âmbito dos municípios regionais.

O dedicado trabalho desenvolvido pelo André Farias, à frente da Secretaria Estadual de Integração Regional busca agregar o sentimento de inserção coletiva tão necessário à prática positiva de intervenções de interesses comuns. Articular as ações administrativas dos municípios inseridos nesse contexto é o caminho mais curto para promover o desenvolvimento econômico sustentável, a conservação do equilíbrio socioambiental, a geração de emprego e renda e a implantação de infra-estrutura. Sem isso, iremos a lugar nenhum.

No longo bate-papo que travamos sobre o assunto, eu e Milton chegamos à conclusão de que um dos grandes desafios para os próximos cinco anos é conseguir unificar uma agenda junto aos prefeitos regionais para articular políticas públicas comuns, tentando viabilizar a extensão da PA-160, de Canaã dos Carajás até Água Azul do Norte, estadualizando-a, para a consequente pavimentação de seus 90 km, criando, com isso, um eixo de integração para o desenvolvimento de cerca de 450 mil pessoas residentes nos municípios de Eldorado do Carajás, Parauapebas, Canaã dos Carajás, Xinguara, Tucumã,Cumaru, Ourilândia do Norte, Água Azul, São Félix do Xingu, Redenção, Rio Maria e Conceição do Araguaia.

Além de encurtar distâncias entre aquelas cidades, a PA-160 incorporada à malha estadual, e devidamente pavimentada, saindo de Canaã até a PA-279, mais ou menos num ponto distante 30 km de Água Azul, atenderá aos trabalhadores dos projetos das mineradoras, e acabará, definitivamente, com o gargalho a prejudicar, desde muitos anos, o escoamento da produção agropecuária das comunidades existentes ao longo da rodovia, entre elas, Vila Nova Canadá, VP-80 e VP-81, VP-14, VP-21, VP-20 e Vila Feitosa.

Outro eixo de desenvolvimento é a Estrada do Rio Preto, saindo de Marabá até São Félix do Xingu, agora federalizada, como continuidade da BR-222, que também precisa ser pavimentada. Esse é o corredor agrícola mais importante na linha imaginária que separa o Sudeste do Sul do Pará, reduzindo em quase 130 km a distancia entre Marabá e São Félix, rodovia que tem um traçado cercado pelas maiores jazidas de ferro, manganês e outros minérios da Vale e da Buritirama.


Nessa visão de integração regional através de eixos rodoviários (bom que se diga, rodovias já existentes, sem necessidade de abertura de florestas, algo hoje inconcebível!) faz-se necessário a criação de um conselho administrativo dedicado a coordenar as ações no âmbito dos eixos, que poderiam compor uma espécie de Programa Especial de Desenvolvimento Integrado.

Com bem lembra Milton Zimmer, a razão principal para integração dos municípios em torno de um projeto de desenvolvimento regional é a busca por uma maior taxa de crescimento econômico de cada núcleo municipal, posto que nessa condição produziremos riquezas através da geração de mais empregos, renda, qualificação profissional e melhoria da qualidade de vida de cada família – o que implica, logicamente, num aumento expressivo no bem-estar dos indivíduos, conduzindo, desta maneira, ao desenvolvimento econômico sustentado.

domingo, 27 de setembro de 2009

Um projeto de futuro

Parauapebas o X 1 Kyikategê

Os três times da Chave C eram estreantes: Kyikategê , Independente e Parauapebas.

Os dois primeiros, começaram bem mais cedo a se preparar para a disputa, inclusive realizando diversas partidas amistosas, cada um, até o inicio da competição.

O nosso representante, além de ter iniciado a montagem da equipe um pouco atrasado, sofreu a pressão psicológica criada pela mídia do Estado, ao ser considerado o time que teria mais estrutura para encarar a Segundinha e, portanto, seria o favorito, como se em futebol os jogos podem ser ganhos "de véspera".

Dos três, só dois se classificariam.

O Parauaoebas ficou de fora, mas a sua não classificação jamais vai retirar a importância do projeto de futuro desenhado para ele ajudar o município a formar jovens atletas e engrandecer o futebol local. Disso temos certeza.

Não defendemos a existência do Parauapebas como time formado exclusivamente para disputar um campeonato, nem o projetamos focando resultados imediatistas.

O conceito de sua existência é bem mais amplo, respaldado nas preocupações que temos de dar forte contribuição às transformações de caráter social e de cidadania buscadas pela nossa comunidade.

Ano que vem, tentaremos de novo, evitando cometer alguns erros já verificados na preparação do time, em seus primeiros meses de existência.

Como prefeito de Parauapebas, agradeço a todos aqueles que procuraram ajudar nosso time a se apresentar condignamente na disputa e, ao mesmo tempo, desejo sucesso ao Independente, de Tucuruí, e aos esforçados e lutadores atletas da tribo Mãe Maria, dos Índios Gaviões, no restante da competição, em sua outra fase.

Caminhos da Produção

Fiquei imensamente feliz ao tomar conhecimento de que a governadora Ana Júlia intensificará parcerias com as prefeituras municipais visando recuperar estradas vicinais – apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pelo governo do Pará por quase todo o ano de 2009 decorrentes da crise econômico que abateu o mundo, a partir de outubro do ano passado.

Só eu sei o sofrimento que as populações rurais sofrem para escoar produção e manter uma tipo de vida razoavelmente compatível com dignidade diante da impossibilidade de ter meios de transporte freqüente em suas áreas de produção. A própria governadora, ao priorizar essas parcerias, conhece também a realidade do campo e, com sua sensibilidade feminina e de pessoa ligada aos movimentos sociais, não pensou duas vezes determinar o repasse de combustível e a compra de patrulhas mecanizadas para uso nos trabalhos de recuperação das estradas.

O mais importante, além de sua preocupação com a restauração das vicinais destruídas no forte inverno passado, é registrar a determinação de Ana Júlia para a reativação do programa de pavimentação de vias urbanas, principalmente naqueles municípios com menor poder de estrutura econômica.

Aos poucos, a crise vai passando e o governo popular também acertando o passo.

Exorcizando a maldade

Está anunciada para a próxima sexta-feira, 2, a chegada na Região do Bico do Papagaio do ministro da Defesa, Nelson Jobim, acompanhado dos membros do comitê formado para tentar localizar corpos de guerrilheiros, militares e moradores vítimas da Guerrilha do Araguaia. A viagem objetiva checar os avanços obtidos, nos últimos dias, com a provável localização do corpo do líder dos guerrilheiros, popularmente conhecido por “Osvaldão” -, Osvaldo Orlando Costa, um dos integrantes do PCdoB que organizaram o movimento rural armado para combater o governo da ditadura militar.

A procura pelos corpos, apesar de críticas de alguns setores, ao contrário do que estes classificam como “mis en scène midiática”, é a oportunidade que o governo e a sociedade têm para passar a régua num dos momentos mais tristes de nossa história política, curando feridas alargadas ao longo de quase quarenta anos.

Considero, mais do que isso, como desdobramento dos tempos negros vividos pelo nosso povo, urgente necessidade de se explicar ou traduzir para a juventude o quanto o terror da ditadura fez mal a todos, resgatando imagens da escuridão repressiva para forçar nossos jovens a compreenderem a época em as pessoas não tinham direitos políticos, isto é, não podiam votar nem ser eleitas para nenhum cargo; eram conhecidas como "cassados", por terem sido cassados os seus direitos políticos e, conforme o caso, os seus mandatos.

Relembrar a todos de que se existiu luta armada nas florestas da Amazônia, mais precisamente em nossos quintais paraenses, , é porque os jovens dos finais dos anos 60 estavam sendo banidos, brasileiros não podiam morar no Brasil e nem mesmo visitar a sua terra natal.

A criação da operação para localizar mortos da Guerrilha do Araguaia atende a uma determinação judicial para que o Estado brasileiro dê respostas sobre o assunto.
Sentença da Justiça Federal determinou a quebra do sigilo das informações militares sobre todas as operações de combate aos guerrilheiros e que a União informe onde estão sepultados os mortos no episódio.

O governo Lula teve a coragem de mexer nessa assombração, escalando seu próprio Ministro da Defesa para levar adiante as buscas aos corpos torturados, mortos e até hoje não encontrados. Desde quando o país restabeleceu o Estado Democrático, o esclarecimento de tudo o que ocorreu na Guerrilha do Araguaia é uma exigência dos tribunais internacionais, mas nenhum, até a posse de Lula, havia encarado o problema de frente.

Para quem não sabe, uma das conseqüências dessa questão é que o Brasil é réu na Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), no caso da Guerrilha do Araguaia, acusado de não investigar os desaparecimentos e de não fornecer informações sobre o episódio a familiares das vítimas.

Pode se transformar num fato histórico, a viagem de Nelson Jobim e de sua comitiva esta semana ao Pará, desde que as ossadas localizadas numa área de Xambioá, no Estado do Tocantins, sejam realmente de Osvaldo.

sábado, 26 de setembro de 2009

A modernização da SEFA

Todo Estado moderno necessita de uma estrutura rápida, eficaz e justa em sua estrutura de arrecadação. O esforço do Governo Ana Júlia, desde o inicio de gestão, através do José Raimundo, na SEFA, buscando a consolidação do processo de modernização da administração fazendária, finalmente será coroado com a assinatura do contrato de financiamento do Programa de Apoio à Modernização e Transparência da Gestão Fiscal do Estado do Pará (Progefaz), que a governadora fará, nesta segunda-feira, 28, com o representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil, José Luis Lupo.

O programa é o desejo de consumo de muitas administrações estaduais, mas poucas têm conseguido em razão de seu alongado e difícil processo de habilitação. Desde quando assumiu a SEFA, José Raimundo vinha cumprindo etapas de exigências burocráticas para a sua consolidação, que se contempla no inicio da semana

Como tem sido divulgado pela imprensa. O custo total da operação é de US$ 14 milhões de dólares, com a participação do BID financiando US$ 10 milhões e o Governo do Estado do Pará, como contrapartida, US$ 4 milhões.

O período de execução do Progefz está estimado em quatro anos.

Para resumir a importância do programa, deixo aqui um trecho da entrevista do José Raimundo, publicada nos jornais do Pará:

- “Os principais benefícios esperados com a execução do Progefaz são o crescimento da arrecadação, igual ou maior que o crescimento nominal do PIB do Pará, ao final da execução do Programa, levando a uma maior solvência fiscal decorrente do incremento na arrecadação tributária, aumentando a capacidade de investimento em infra-estrutura do estado do Pará como requisito fundamental do novo modelo de desenvolvimento econômico e social do estado e garantindo uma melhor programação orçamentária e gestão do gasto público”.

A "Canção Nova" de Lula

Em Brasília, durante a semana que termina, o assunto predileto dos políticos foi o anuncio da migração do vereador Gabriel Chalita (SP), do PSDB para o PSB. A saída dele do ninho tucano é resultante de uma silenciosa e bem sucedida articulação do presidente Lula com objetivo de fortalecer, no Estado de São Paulo, o palanque de Dilma Roussef a presidente da República.

Jovem político mais votado para vereador nas últimas eleições na capital paulista, o próprio Gabriel Chalita comunicou na noite de quarta-feira que deixará o PSDB para filiar-se ao PSB. Em nota oficial, o parlamentar informou que já encaminhou o pedido de desfiliação ao presidente do Diretório Municipal do partido tucano, José Henrique Reis Lobo.

"A justificativa da minha atitude, que devo, principalmente, aos mais de cem mil eleitores paulistanos que me levaram à honrosa condição de vereador mais votado do Brasil, é de natureza essencialmente político-programática", afirmou Chalita.

A filiação ao PSB deve ocorrer em ato público na próxima terça-feira, em local a ser definido pelo partido.

Com essa mexida inesperada no tabuleiro político de São Paulo, Lula comprova, mais uma vez, sua capacidade extraordinária para criar fatos positivos na área política, municiando seu projeto de sucessão presidencial com a conquista de um aliado do quilate do vereador -, além de dar uma rasteira no principal adversário de Dilma, em 2010, o governador de São Paulo, José Serra -, e seu provável candidato à sucessão, Geraldo Alckmin.

Chalita e os dois líderes tucanos são amigos inseparáveis. A saída dele do PSDB representa um golpe demolidor às pretensões políticas de ambos.

O vereador paulista é um dos ícones da Canção Nova, comunidade católica brasileira fundada pelo Monsenhor Jonas Abib no ano de 1978, seguindo as linhas da Renovação Carismática, contando, atualmente, com diversos núcleos e abnegados, em todo o país.

A influência filosófica e de formação de quadros exercida por Gabriel Chalita, dentro da comunidade, é imensurável. Hoje, pode-se dizer que a presença de Dilma Roussef em muitas celebrações da Canção Nova pode ter contribuído também para o desfecho político da semana.

Lula convidou Gabriel Chalita para candidatar-se ao Senado, pelo PSB.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Padilha, um aliado do Pará

Escolha pessoal do presidente Lula, o novo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, sucessor de José Múcio (PTB), tem fortes ligações com o Estado do Pará, sendo parceiro da governadora Ana Júlia e profundo conhecedor das obras estruturantes que o Estado tanto reivindica há vários anos.

Ex- assessor da ministra Dilma Roussef, ocupando até então o cargo de Sub-Secretário de Assuntos Federativos do Ministério das Relações Institucionais, Padilha ajudou demais na aprovação do convênio que destina quase R$ 48 milhões para o município de Parauapebas avançar em obras de saneamento.

Particularmente, desde o momento em que eu soube da possibilidade de Alexandre assumir o cargo de articulador político do governo, passei a torcer, caladinho, para que tudo ocorresse conforme planejava o Presidente da República, visto que as pressões de partidos aliados para a indicação do substituto de Múcio se desenvolviam a todo vapor. Felizmente, a pose do novo ministro está marcada para esta segunda-feira, em Brasília.

Para quem não o conhece, Alexandre Padrilha, além de pessoa da extrema confiança de Dilma Roussef, tem um perfil municipalista, preocupado com as questões que envolvem a maioria das cidades brasileiras, principalmente no que se refere a sua organização urbanística e de obras estruturantes.

Enquanto Sub-Secretário de Assuntos Federativos do Ministério das Relações Institucionais, Padilha sempre defendeu, em favor dos prefeitos brasileiros, a reforma tributária possibilitando a melhor distribuição das receitas e a adoção de mecanismos para facilitar a quitação de dívidas dos municípios com o INSS.

Na concepção dele, o governo sempre esteve preocupado em mobilizar os municípios para diminuir os impactos dos efeitos da crise econômica internacional, quando ela se encontrava em seu auge, a continuidade das obras do PAC e a expansão dos investimentos públicos como forma de manter o nível de emprego.

Com perfil de executivo moderno, à frente da Sub-Secretaria Padilha defendia com intransigência a qualificação da gestão pública, estimulando os prefeitos a buscarem parcerias com a iniciativa privada, principalmente no momento em que a crise passou a dominar quase todos os países. Para quase todos os políticos que o visitavam em seu gabinete, costumava dizer que quem aproveitasse para melhorar a sua gestão e se aproximasse do setor privado, sairia da tempestade mais forte.

O Estado do Pará ganha muito com Alexandre Padilha no ministério das Relações Institucionais

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Correção:

No final do terceiro parágrafo do post, onde se lê "felizmente, a pose do novo ministro está marcada para esta segunda-feira, em Brasília"; por favor, leia-se: Felizmente, a posse do novo ministro está marcada para esta segunda-feira, em Brasília.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Em terras tropicamericanas

Só quem não conhece as dificuldades com as quais defrontamos, diariamente, para tentar priorizar uma agenda com um ministro de Estado, em Brasília, é que pode tirar conclusões precipitadas de que permanecer alguns dias na capital federal é vida mansa.

Não é não.

Pior ainda quando disputamos recursos com fortes estados da Federação tipo São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, em ano pré-eleitoral, porque o que for definido agora em orçamento será liberado, no máximo, até abril do próximo ano.

Há entraves de calendário imposto pelo TSE brecando a liberação de emendas e recursos pontuais dos Ministérios, além daquele mês.

Quando iniciou 2009, ainda em janeiro, havia me decidido investir este ano grande parte do tempo da prefeitura, em Brasília.

Um ano antes, é sempre assim, da eleição para Presidente, escolha de novos governadores, deputados federais e senadores, a rotina e o humor dos gabinetes responsáveis pela aprovação de dinheiro para as prefeituras, alteram de acordo com os interesses de quem manda em cada pedaço.

Na capital do Brasil, principalmente quando chega à noite, e eu me vejo aguardando o dia seguinte para tentar ser encaixado numa audiência com essa ou aquela autoridade para sensibilizá-la a mandar apressar a tramitação de projetos de Parauapebas, bate uma angústia desconfortável.

Do fundo do coração, sinto que seria bem melhor eu estivesse, naquele momento, entre meus familiares, amigos e a população de nossa cidade, reunindo, discutindo esse ou aquele assunto de interesse coletivo.

Quando consigo fechar a agenda semanal e mando confirmar a passagem de retorno ao nosso Peba amado, agradavelmente sensação do dever cumprido me domina, e a alegria de saber estar voltando pra casa é indescritível.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Futuros craques do Parauapebas

Apesar do início recalcitrante da equipe do Parauapebas Futebol Clube no Campeonato Paraense da Segunda Divisão, o projeto de profissionalismo do time local se destina, num futuro próximo, a ser ponto de referência e aspirações dos jovens integrantes do projeto Cidadão do Futuro, desenvolvido com muita competência pelo Anderson Moratório, secretário de Esportes e Lazer de Parauapebas.

A inserção no profissionalismo do time de futebol que leva o nome do município ganha importância ao nos debruçarmos em pesquisa da Unicam dando conta de que as escolinhas de futebol do Guarani de Campinas, ao longo dos últimos vinte anos, foram responsáveis pela inclusão social de cerca de cinco dez crianças na faixa etária de 5 a 15 anos, em sua maioria retiradas das áreas de risco da miséria e marginalidade.

Média de 500 crianças por ano, cuja maioria, hoje, encontra-se bem posicionada socialmente

Crescendo sem esperança de alcançar escadas mais altas na pirâmide social, nossas crianças, perdidas no meio da pobreza, enxergam no futebol o caminho possível para o sucesso, mas não sabem da grande dificuldade que existe no início dessa jornada, na qual uma ínfima minoria atinge a carreira profissional.

Pelos seus sonhos, fazem de tudo: abandonam a escola, acabam em subempregos na ilusão de que estarão em pouco tempo no palco da glória dos estádios de futebol. Quando descobrem que não é bem assim, voltam-se contra si mesmos, a margem da sociedade, encarando criminalidade, drogas e vícios decorrentes do fracasso.

Resumindo: no auge da sua inocência e enquanto seres humanos em desenvolvimento, eles não foram devidamente orientados para a busca de seus sonhos, dentro ou fora do futebol.

As crianças e adolescentes que participam do projeto Cidadão do Futuro - Escolinha de Futebol -, são nossa grande aposta. É uma aposta de governo, um dos motivos de termos criado a secretaria de Esportes e Lazer.

Atualmente, com exatos 1.200 alunos matriculados, a Escolinha Cidadão do Futuro garante gratuitamente acesso a uma estrutura de qualidade, com professores capacitados para atender a todos os interessados, distribuídos nos núcleos de Palmares I e II, Complexo Esportivo, Palmares I, Carajás e Casas Populares.

Quando eu destaco a importância do Parauapebas Futebol Clube nesse processo é para reforçar a amplitude de sua existência. Ou seja, não assimilar o time profissional apenas com a ótica de tê-lo, imediatamente, na Divisão Especial, mas como referência de algo atingível, pelos alunos do Cidadão do Futuro.

Desde quando fui comunicado do interesse de muitos desportistas locais, entre eles o Roque Dutra, atual presidente do PFC, de profissionalizar um time do município, os alertei de que a estrada seria longa. O aprendizado bem maior.

Há contornos às vezes indecifráveis nas relações com os chamados “boleiros”, jogadores originários de vários estados e que carregam também seus sonhos e frustrações. O interrelacionamento do técnico com a equipe, articulações nem sempre transparentes dos dirigentes de federações e a própria CBF, enfim, saltar esses hiatos, é um jogo de paciência que até hoje os dirigentes do Águia de Marabá perseguem.

Não basta ter a estrutura financeira. Isso ajuda, mas não é tudo.

Por isso, é necessário juntarmos paciência e dedicação ao time profissional em formação. Em menos de uma década, queremos que ele seja constituído, em sua quase totalidade, por atletas revelados no Projeto Cidadão do Futuro.

O Parauapebas Futebol Clube, principalmente quando obtiver acesso à Série A do Campeonato Paraense, estimulando a lotação de estádios com o crescimento paulatino de nossa torcida, passará a ser referencia de nossos jovens, a meta de seus sonhos e objetivos. Porque depois de fazerem sucesso no time profissional da terra, alçarão voos bem mais altos.

O projeto Cidadão do Futuro ensina futebol, mas tem um raio maior de importância ao promover a cidadania das crianças, consolidando a transmissão de valores como a tolerância e o respeito às regras.

Não formar apenas futuros craques, mas permanentes cidadãos.

O Parauapebas Futebol Clube começa a engatinhar, tateando terreno, para, num tempo não muito distante, ser o alicerce dos meninos bons de bola de nossa amada terra.

Dinheiro prá já

Leio no UOL a ministra Dilma Roussef ratificando posição do governo de manter a estrutura de distribuição dos royalties provenientes do Pré-Sal, independente da pressão dos governadores dos estados produtores.

Sobre esse assunto, o governo conta com o apoio de 24 governadores e suas bancadas no Congresso Nacional, já que todos serão beneficiados com a distribuição.

E serão beneficiados agora, sem esperar muitos anos.

Em Brasília, ouvi de um consultor importante diagnóstico relacionado a distribuição dos royalties do petróleo a ser explorada na camada do pré-sal, na costa marítima brasileira. Segundo ele, ao contrário do que se propaga, recursos provenientes da contribuição financeira petrolífera poderão ser perfeitamente antecipados pelos Estados, sem ser preciso aguardar os 10 anos previstos para sua disponibilização.

Para que isso ocorra, explicou, os governadores têm espaço legal para comprometer a receita futura dos royalties, propondo às Assembléias Legislativas aprovação de lei estadual, e, como garantia, colocando no mercado títulos/contratos recebíveis.

Outra opção para efeito de antecipar royalties do Pré-Sal que, em tese, só estarão na boca do caixa daqui a dez anos, é o mecanismo partir diretamente do governo federal através de negociações com os estados, assinando contrato de recebíveis com garantia de quando a extração for feita em 10 anos ou mais.

Na avaliação do consultor especializado na área, em bate papo comigo, essa é uma das principais razões que estão deixando alguns governadores impacientes e, até, nervosos: a possibilidade legal de colocar a mao em, dinheiro, hoje, com a contribuição a futuro do Pré-Sal.

A partir do momento em que o Congresso Nacional aprovar as leis do Pré-Sal, isso já pode ser feito.

domingo, 20 de setembro de 2009

Primeiro jogo em casa

Daqui a pouco, mais precisamente às 17 horas, no Rosenão, o Parauapebas faz seu primeiro jogo em casa, pelo Campeonato Paraense da Segunda Divisão. Enfrentará o Independente/Tucuruí, líder da Chave C com três pontos.

Nessa chave, da qual participa ainda o time dos Gaviões, a matemática é simples: o Parauapebas Futebol Clube se classifica à outra fase caso vença os dois jogos que tem para fazer em casa.

Exorto a nossa comunidade a lotar o Rosenão, torcendo pelo nosso time.

Ainda sobre futebol: li esta manhã entrevista do goleiro Adriano concedida ao jornal O Liberal na qual repercute boas referências do município e do clube que ele defende. Num dos trechos da matéria, diz o goleiro, ao ser perguntado se há diferença entre jogar “num clube que disputa a Segunda Divisão do Campeonato Paraense” e jogar no Remo:

- “Francamente, não há muita diferença. Para falar a verdade, a diferença só existe em termos de torcida e tradição, o que é natural, já que o Remo tem muito mais tempo de história do que o Parauapebas, que está começando agora. Mas em termos de condições de trabalho, eu e meus companheiros de clube não temos do que nos queixar. A estrutura é de clube grande. Temos dois campos, ambos de boa qualidade, para os treinamentos e ainda existe o Rosenão, que é um estádio em boas condições. Fora isso, as condições extracampo são as melhores possíveis. Os jogadores vindos de fora, como é o meu caso, moram em hotel de boa qualidade, com alimentação boa."

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Rodovias em obras

Alvo de críticas da população por acarretar insegurança e desconforto em grande parte de seu trajeto, as rodovias PA-150 e PA-275 estão sendo recuperadas.

De Eldorado a Parauapebas, a PA-275 já teve sua pavimentação asfáltica reconstituída no trecho Eldorado-Curionópolis. Provavelmente, até metade da próxima semana, a estrada esteja com a pista totalmente reformada., ficando apenas para o restante do ano a conclusão das quatro pontes em fase de elevação nos pontos onde antes existiam bueiros de baixa capacidade de evasão das águas pluviais.

A PA-150 começou a ser recuperada também entre Marabá e Goianésia. Até a próxima quarta-feira, a Construfox entregue o trecho de Marabá a Nova Ipixuna. Essa é a mesma construtora que fez excelente trabalho na recuperação completa da PA-263, entre Tucuruí e Goianésia.

Previsão é de que até novembro, os 170 km que separam Marabá de Goianésia sejam totalmente recuperados, com a retirada do asfalto velho e recapeado a ser substituído por tudo novo.

Além disso, realiza-se também a limpeza das laterais o desentupimento dos sistemas de drenagem.

Pela primeira vez, desde quando foi construída recebendo pontes de madeira e gambiarradas, diversas vezes, com vergonhosas camadas de cimento sobre bases incompatíveis, a PA-150 passa a ganhar pontes seguras, no governo Ana Júlia.

Entre Eldorado e Marabá, as onze pontes serão todas reformadas, principalmente o tabuleiro e as defensas, para a maior segurança.

As pontes do Sororó, Cardoso e do Vira Sebo, estão passando por reforma mais completa com novo piso em todo o percurso.

Na PA-275, nos locais onde a chuvas do inverno passado arrancou velhos bueiros, está se construindo pontes seguras e duradouras.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Bom resultado

Pelé, numa entrevista concedida há muito tempo, disse que as partidas mais nervosas que disputava não ocorriam na final de qualquer campeonato. O "frio na barriga" e a ansiedade lhe dominavam excessivamente, e aos seus colegas do Santos, e da seleção brasileira, sempre no primeiro jogo.

Já ouviu outros atletas famosos dizerem a mesma coisa: o primeiro jogo de qualquer campeonato é sempre o mais dificil.

Ao escrever o post abaixo, esta manhã, sobre a estreia do Parauapebas no Campeonato Paraense da Segunda Divisão, imaginava tais dificuldades encaradas pelo nosso time em seu primeiro jogo oficial de sua história.

O zero a zero contra o time dos índios Gaviões foi um bom resultado.

O segundo jogo, em casa, ocorrerá em circunstâncias mais amenas. Tenho certeza.

Depois da correria dessa quarta-feira, em que a cidade recebeu, mais uma vez, carinhosamente a governadora Ana Júlia, passava das 19 horas quando apanhei a estrada e vim a Marabá dar apoio aos nossos jogadores.

Gostei do que vi no Zinho Oliveira.
Já estou no hotél aqui em Marabá, onde pernoito para, cedinho, participar de encontros em Bom Jesus do Tocantins, com meu colega correligionário, Dr. Sidney, prefeito do município.
Boa noite!

Parauapebas, a estreia esperada

O time do Parauapebas estreia, hoje, 16, no Campeonato Paraense da Segunda Divisão, contra a equipe do Kyikategê, formada em sua maioria por atletas da Aldeia Mãe Maria, dos índios Gaviões.

O jogo será no estádio Zinho Oliveira, em Marabá.

A expectativa é grande e positiva.

Logicamente não tenho a presunção de admitir o nosso representante com experiência suficiente para ser considerado favorito, mas o profissionalismo com que os jogadores e comissão técnica tem se dedicado, na fase preparatória, para a disputa do torneio organizado pela FPF, está em sintonia com o desejo dos torcedores.

Quem puder se deslocar até Marabá para incentivar o nosso time, agradecemos de coração. Os jogadores irão precisar do incentivo aguerrido da comunidade.

Boa sorte, Parauapebas Futebol Clube. A Primeira Divisão é a meta.

Vitória!

Brecaram, sim, a Internet!

Tem muita gente da blogosfera comemorando a suposta liberação da Internet para uso durante a campanha eleitoral sem nenhuma restrição. Há restrições, sim!

Restrições que, pelo menos para mim, acabam com o formidável campo de penetração da comunicação digital em sua essência. Do momento em que se limita o uso de vídeo e áudio na web, e a equipara ao rádio e à TV, para efeito de regras de debates, acabou-se com sua liberdade.

Tudo bem que houveram avanços como permitir o uso, sem restrições, de blog, sites, twitter, MSN, Orkut, etc., mas sem espaço para o debate dos candidatos, é um retrocesso.

Quanto contraste!
O país é um dos mais avançados na expansão e uso da Internet, mas a maioria de seus congressistas está com a cabeça na Idade da Pedra.

Não levaram em consideração o fato de que, até junho deste ano, cerca de 25,5 milhões de internautas residenciais navegaram pela web no Brasil. E considerando acesso à internet no trabalho, lan houses, bibliotecas, por exemplo, o IBOPE projeta a existência de 62,3 milhões de pessoas online.

O Brasil continua na liderança do tempo de navegação por mês, com o tempo de 24 horas e 7 minutos por pessoa, seguido pelo Reino Unido, onde a média é de 23 horas e 3 minutos.

Mas, com tristeza se diga, a maioria de nossos representantes monta em dinossauros e ainda tenta se comunicar como os índios faziam, emitindo sinais de fumaça do alto das colinas.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O prazer pessoal de Educar

A inauguração, nesta quarta-feira (16), da Escola de Ensino Médio Irmã Dulce, no bairro da Paz, com a presença da governadora Ana Júlia, parceira do projeto de concepção na nova escola, tem uma importância transcendental de caráter profundamente pessoal. Na Irmã Dulce, até o ano de 2004, passei dias maravilhosos exercitando a profissão de professor de Filosofia, numa convivência sempre aberta e sincera com meus alunos, colegas de magistério e diretores.

Professor de Filosofia, aprendi a moldar meu espírito crítico e a conceber uma visão humanitária a tudo que nos cerca.

A filosofia nos encanta por isso: tem vários suportes textuais.

Toda vez que eu entrava na Escola Irmã Dulce, para trabalhar, sentia a sala de aula como espaço para celebração. Falar da história da filosofia, recontar a partir da Grécia até os dias de hoje, me dava prazer e gosto pela profissão Brincava, às vezes, com meu alunos, recompondo a História até os dias atuais, contextualizando no pensamento que eu estava diante de valores que se preparavam para cuidar do futuro. Era quando batia uma baita de responsabilidade para não permitir equívocos no que era repassado aos jovens.

Havia momentos, principalmente quando eu preparava as aulas que iria ministrar dia seguinte, que me sentia como um pai determinado a deixar de herança para os meus filhos (naquela situação, os alunos) no mínimo, uma parcela da paixão pelo conhecimento.

A escola é isso, na visão dos educadores. E ela deve ter pelo menos a missão, caso seja incapaz de contribuir de forma mais eficiente, tentar pelo menos não atrapalhar a formação de nossa juventude.

Não tenho medo de afirmar (e meus ex-alunos estão por ai mesmo para servir de testemunhos) que cumpri com extrema dedicação e denodo o exercício do magistério, vivendo cada processo da longa jornada que nos era oferecida para o cumprimento de nossa missão de Educador.

A entrega da Escola Irmã Dulce, nesta quarta-feira, mais do que um estabelecimento educacional de perfil modelar à disposição da comunidade, resgata em meu espírito o passado recente ao qual me dediquei à formação da cidadania.

Hospital Municipal reinicia obras

Reuni meus assessores, durante toda esta tarde, para discutir a o planejamento de aplicação de recursos para a retomada das obras do Hospital Municipal.

No programa de rádio de segunda-feira, 21, contarei a boa nova em detalhes.

As obras serão reiniciadas na terça-feira, 22.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Nosso Distrito Industrial

A segmentação do Distrito Industrial de Parauapebas direcionado ao setor de serviços é o conceito que devemos seguir para torná-lo competitivo e num centro de atração das grandes empresas terceirizadas pela Vale e por outras mineradoras com negócios no Sul do Pará, entre elas a Buritirama, que explora manganês aqui pertinho da sede do município, mais precisamente no território de Marabá.

Criou-se muita polêmica quando o governo do Estado conseguiu, com apoio do presidente Lula, fechar com a Vale a construção de uma siderúrgica em Marabá, mesmo contra a vontade, segundo alguns veículos de comunicação publicaram, dos principais membros da diretoria da mineradora, que nunca defenderam a interiorização da verticalização do aço brasileiro, preferindo sempre mantê-lo no eixo Rio-São Paulo-Minas e Espírito Santo.

Aqui mesmo em Parauapebas, alguns desinformados chegaram a insinuar omissão de minha parte na “luta” que se travava com Marabá pela escolha do local de instalação da Alpa, como ficou denominada a siderúrgica. Nunca imaginavam que o próprio vizinho município estava a um passo de ficar sem a futura empresa no embate que havia nos bastidores, já que a Vale preferiria o investimento no porto de Barcarena.

Marabá só conseguiu abrigar a Alpa depois de compromissos assumidos pelos governos Federal e Estadual de que viabilizarão as eclusas de Tucuruí, e a hidrovia do Tocantins, via de exportação mais barato para tornar a ALPA (Aços Laminados do Pará) competitiva na quebra de braço com os principais concorrentes do acirrado mercado de placas de aço, bobinas e chapas.

Quem imagina o Distrito Industrial de Parauapebas com perfil desenhado para acomodar a verticalização de minérios esquece que a única via de escoamento disponível para o transporte de produtos de exportação é a Estrada de Ferro Carajás, cuja proprietária é a Vale com sua política monopolista de aumentar quando bem entende o preço do frete de seus clientes. Qualquer dúvida quanto a isso, basta conversar com os proprietários de usinas de ferro gusa de Marabá, cujo distrito industrial só terá futuro, a partir do momento em que hidrovia, eclusas e o porto público que os governo de Lula e Ana Júlia otimizam, estiverem em operação.

A Vale, ao invés de posicionar-se como estimuladora dos grandes investidores do setor, os trata como potenciais concorrentes, administrando preços do minério e de transporte a critérios bastante discutíveis.

Nenhum investidor desse país se mostraria disposto a aplicar recursos, em nosso Distrito Industrial, na verticalização de algum projeto minerário dependendo da logística ferroviária como principal, e único meio de transporte de sua produção.

As potencialidades das diversas atividades paralelas exercidas pelas terceirizadas de mineradoras, sediadas em nosso entorno, estão abertas para que o Distrito Industrial de Parauapebas seja constituído por aglomerações de grandes, pequenas e médias empresas inter-relacionadas em microrregiões geográficas, recuperando componentes, produzindo serviços na manutenção de peneiras de britadores, e centenas de outros agregados.

As múltiplas atividades do setor de serviços são infindáveis, e para quase toda grande empresa, cumprindo duradouros contratos de terceirização, o custo/benefício é bem mais interessante se elas produzirem tudo o que necessitam aqui mesmo na região, por serem beneficiadas pela proximidade geográfica entre as firmas, bem como pelo seu elevado grau de inter-relacionamento, o que lhes asseguram um clima propício à produção em larga escala, não só reduzindo custos de transporte e de outras transações, mas também proporcionando e agilizando a comunicação entre seus diversos interesses.

Portanto, esse o perfil que devemos perseguir para o nosso Distrito Industrial, expandindo sua infra-estrutura, mão de obra treinada, adquirindo informações tecnológicas, e gerando emprego seguro.

Consolidados em várias cidades de São Paulo, Rio, Minas, Rio Grande do Sul e Paraná – os distritos industriais voltados ao segmento de serviços são modelos que não se baseiam apenas num sistema produtivo de pequenas e médias empresas, mas também numa singular combinação entre governos, integração social e de êxito empresarial.

Sem falar que é um tipo de planta de distrito industrial perfeitamente autossustentável, já que o meio ambiente não é atingido pelas suas intervenções. Ao lado da Flona Carajás, nenhuma empresa disposta a investir no município terá dificuldade em obter licenças ambientais para desenvolver suas atividades.

É a partir daí que surge o elemento inovador, enriquecedor do sucesso obtido pela região que investiu nessa plataforma de indução industrial.

domingo, 13 de setembro de 2009

Política de integração regional

Quando a governadora Ana Júlia concluir a pavimentação da PA-279 e a ponte sobre o rio Fresco, ligando a rodovia a sede de São Félix do Xingu, será ativada o start para um novo front de desenvolvimento no Estado. Especificamente, um corredor de produção de gado, leite e fluxo de turismo, com suas transformações paralelas estimulando a distribuição de renda.

Sou um defensor de ampliação do leque de oportunidades entre todos os municípios. Quanto mais depararmos com os vizinhos de Parauapebas potencializando suas riquezas, mais progresso e desenvolvimento aportarão em nossa casa.

É dessa forma que procuro me relacionar com os prefeitos. É assim que procedo nas conversas que alimento com o Maurino Magalhães, prefeito de Marabá, procurando fazer parcerias para que evitemos o descontrole de nossas gestões diante da atração que nossos dois municípios exercem nas famílias de outras localidades buscando oportunidades de sobrevivência.

Bairrismos tolos e sentimentos de exclusão não devem existir nas relações das prefeituras. Quanto mais unidos formos, mais retorno positivo teremos nas intervenções por melhorias gerais.

Quanto cito a importância, também, da construção da ponte sobre o rio Fresco, afluente do Xingu, é porque esse rio corta a rodovia a 40 quilômetros da cidade. Quem anda por ali sabe do sufoco das comunidades da Pa-279 aguardar horas para atravessá-lo em balsas.

A ponte mede 500 metros de comprimento.

Com 220 quilômetros de extensão, a Pa-270 liga Xinguara a São Félix do Xingu, cruzando as cidades de Água Azul do Norte, Ourilândia do Norte e Tucumã.

Brasileiros de verdade

Quebra a cara quem imagina seja tolo o cidadão que tem um título de eleitor apto a cumprir suas obrigações na escolha de representantes. Por mais humilde e desprovido de maiores conhecimentos, o eleitor brasileiro não é nenhuma abstração como imaginam alguns incautos.

Ele está sempre buscando “saber das novas”, ouvindo uma rádio, vendo o noticiário na TV, conversando com o vizinho, zanzando aqui e ali, adquirindo o mínimo de informação para não ser trapaceado na hora do “vamos ver”.

O eleitor humilde também já está contaminado pela progressão das novas mídias, sabendo tirar proveito do mínimo que lhe propagam, sem iludir-se desproporcionalmente como ocorria duas décadas atrás.

Calado, ele a tudo observa e grava em sua consciência, separando a lógica da fantasia.

Quanto mais pobre, mais racional ele é, capaz de pensar com a mesma intensidade com que batalha no dia a dia pela sobrevivência.

Para penetrar em suas vontades e aspirações, é preciso falar sua linguagem, tocar-lhe a alma, com a sinceridade que ele exige ser tratado.

Trabalhando a terra

Para os próximos 20 anos, o Mundo necessitará aumentar em 70% a produção de grãos e 80% a de carne, com objetivo de cobrir a demanda por alimentos que duplicará em duas décadas. O alerta foi feito pela FAO e Banco Mundial, prevendo para logo o retorno do superciclo dessas commodities, após a pausa da crise global, entre setembro-2008 e junho-2009.

Só para medir o tamanho desse mercado, na China e em outros países emergentes da Ásia, a necessidade por alimentos será ainda mais crescente. Naquela região existem 3,3 bilhões de bocas humanas precisando comer.

A boa notícia, no meio desse cenário previsto, é a de que o Brasil vai liderar, ao lado de Índia e Argentina, a quebra de recorde de produção, transformando-se verdadeiramente numa das três potencias agroalimentárias, cabendo a Argentina, por exibir perfil de país com população bem menor do que as outras duas nações, importante papel no comércio internacional de carnes e grãos.

Nos próximos 20 anos, Parauapebas estará inserida nesse esboço de grande produtor de alimentos. O município tem vocação para essa atividade, e o trabalho que se realiza hoje no campo, principalmente nos projetos de assentamento, ampliará as potencialidades.

Quem viver, verá.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Saneamento, patrimônio de todos

Os dados, a seguir, não são inventados. Saíram dos núcleos de pesquisa do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada: 27% dos moradores das cidades brasileiras não têm acesso simultâneo a serviços de saneamento, como água, esgoto e coleta de resíduos.

Gravíssima, mais ainda, é a situação do Pará, onde 53% da população não dispõem de água tratada, o que corresponde a 3,6 milhões de pessoas de 739 mil famílias.

A situação de Parauapebas não destoa das demais, apesar dos esforços que tem sido feito para melhorar esse quadro.

Quando assumimos a prefeitura, definimos a luta pela viabilidade de recursos capazes de ajudar a administração municipal a enfrentar a explosão demográfica, que na pára de crescer. A periferia incha a uma velocidade espantosa, quem mora na cidade observa isso no dia a dia das andanças.

Nesse embalo, se as prefeituras não intervierem, em parceria com os governos Federal e Estadual, os novos bairros surgirão sem o mínimo de serviços de saneamento disponibilizados.

Não é por menos que a governadora Ana Júlia dedica grande parte de recursos do PAC às obras de expansão das redes de esgoto e água tratada, principalmente nos municípios de Marabá, Belém, cidades da Região Metropolitana, Parauapebas e Santarém, pólos cada vez mais invadidos por famílias que chegam de toda a parte do país em busca de oportunidades.

Mesmo quadro se repete em Parauapebas.

O Pará é o Estado brasileiro com menor índice de esgoto tratado e está no penúltimo lugar em serviços de água canalizada. Menos da metade da população das cidades paraenses tem acesso à água tratada. Enquanto a média nacional de cobertura de abastecimento de água chega a 81%, nas cidades do Pará a taxa é de 47,7%.

Depois de muita luta, confecção de projetos dos mais dimensionados níveis, com mudanças seguidas em suas configurações devido às exigências técnicas comuns nessas questões, semana passada conseguimos, finalmente, incluir no pacote de recursos de saneamento do PAC, os projetos de Parauapebas, no valor de R$ 47,3 milhões – aí inclusa a contrapartida do município de R$ 2,36 milhões.

Foi um alívio quando, dias antes, chegou informação, de Brasília, dando conta de que a proposta de Parauapebas estava dentro dos parâmetros exigidos pelo Ministério das Cidades.

Com seguidas viagens a Brasília, pessoalmente, acompanhei de perto a confecção e tramitação dos projetos de Parauapebas, passando a compreender, em sua extensão, a complexidade com que o tema do saneamento básico é tratado, verdadeiramente, em seus múltiplos tentáculos.

Tema cativo do campo da engenharia, ou da engenharia sanitária, ao se enxergar o saneamento básico a partir dos seus fins - e não exclusivamente dos meios necessários para atingir os objetivos almejados -, abre-se um leque de necessárias abordagens disciplinares, abrangendo um importante conjunto de áreas de conhecimento, desde as ciências humanas até as ciências da saúde, obviamente transitando pelas tecnologias e pelas ciências sociais.

Inda mais nos tempos atuais, quando o objeto saneamento básico é colocado como fator de interseção entre o meio ambiente e o ser humano.

Hoje, não se aprovam recursos para a área de saneamento apenas por interesse ou pressão político. Há um longo caminho a percorrer, muito além da compreensão comum daqueles que olham a administração pública como mero jogo de interesses pessoais.

Pude constatar a profundidade com que os técnicos buscam informações para definir, com a seriedade que o tema exige, as áreas onde serão aplicados os investimentos para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Não posso deixar de citar o empenho e a capacidade com que os técnicos da prefeitura de Parauapebas trabalharam para aprovar os projetos que beneficiarão os bairros Novo Horizonte, Altamira, Casas Populares I e II, Betânia e Da Paz.

Ainda são muitos os administradores públicos que resistem em investir em saneamento, certamente presos aquela máxima consagrada pelos coronéis dos cabrestos eleitorais de que “esgoto e drenagem não dão voto, já que ficam sob a terra”.

Muitos não sabem que a concentração de pessoas em pequenas áreas (85% dos brasileiros estão na cidade e, destes, 31% nas metrópoles), como acontece no país, causa problemas muito conhecidos, como o trânsito caótico e aumento da violência. Mas uma das vantagens dessa distribuição seria o tratamento de esgoto adequado, por proporcionar economia de escala, de escopo e de rede.

Dados atualizados de Parauapebas apontam a cobertura da coleta de esgoto em torno de 13%. Com o novo programa de saneamento a beneficiar seis bairros, chegaremos a cobrir 60% da área urbana, com recursos dos governos Federal e Municipal.

O abastecimento de água, coma a nova ETA (Estação de Tratamento de Água) que estamos construindo, chegará a 86% de domicílios cobertos, recursos originários do Estado e da prefeitura.

Não podemos, sob hipótese alguma, permitir que as águas domiciliares corram a céu aberto, agravando os impactos sociais do quadro de saneamento. Apesar do avanço entre 2006 e 2007, com pesados investimentos do Governo Lula nessa área, são despejados no ambiente, diariamente, 5,4 bilhões de litros de esgoto sem qualquer tratamento, comprometendo a saúde pública

Todos os estudos feitos até agora comprovam que para cada real investido em saneamento, economizamos quatro reais no gasto com saúde pública.

Outro dado apresentado, e apreendido por nós nesses meses de confecção de projetos, informa que a diferença de estatura entre quem tem acesso ao saneamento básico nos primeiros anos de vida e quem não tem é de dois centímetros, um reflexo da desnutrição infantil proveniente de enfermidades causadas pela falta de tratamento de esgoto.

Ou seja, o pouco que os prefeitos fizerem na distribuição, pelas ruas de suas cidades, de canos de água e tubos de esgoto colocados sob a terra, é muito em contribuição social.

Se todos os colegas dirigentes de prefeituras ousassem investir no setor, ao mesmo tempo, mesmo assim as estatísticas atuais indicam que seriam necessários 20 anos para que toda a sociedade brasileira tenha acesso ao saneamento.

Resumindo, os efeitos da falta de esgoto transcendem as fronteiras municipais. Eles atingem a todos.

 
Pauta Cidadã - Assessoria Blog